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27.8.07

Horror – Género literário ou psicanálise do oculto?


O Querido amigo e escritor português Alexandre Cthulhu volta a participar brilhantemente de nosso espaço desta vez com um ensaio sobre o horror na literatura.



Horror – Género literário ou psicanálise do oculto?


Por Alexandre Cthulhu




A mente humana e a procura de respostas

“Penso que a coisa que mais alivio nos traz, neste mundo, seja a incapacidade da mente humana em correlacionar todos os seus conhecimentos. Vivemos numa plácida ilha de ignorância, no meio de mares negros de infinito, e não nos foram destinadas longínquas viagens. As ciências, cada uma tentando defender a sua posição, prejudicaram-nos pouco até agora; mas um dia, a união de conhecimentos dissociados irá revelar-nos perspectivas tão terríveis da realidade, e da nossa assustadora posição nela, que enlouqueceremos devido a esse anúncio, ou fugiremos dessa luz fatal para a paz e segurança de uma nova idade das trevas”.

Lovecraft abre desta forma, um dos contos mais intrigantes da história do género horror, “O despertar de Cthulhu”. Este autor norte-americano, considerado por muitos, como o melhor escritor de terror do século XX, explorava as limitações do conhecimento humano, desenhando-lhe em redor, num redor por nós desconhecido, um terror cósmico, inserindo-lhe sempre vários factos históricos que lhe conferiam uma autenticidade espantosa.

A ficção de horror como género literário é um instrumento de interrogação sobre os assuntos humanos, uma incessante busca pelas questões do oculto que desde sempre se afiguraram intransponíveis à mente humana para os conhecer, ou até compreender.
A nossa mortalidade surge como inspiração capital para muitos escritores de horror, não somente como fruto de uma criatividade infinita, mas por estes compreenderem que a morte, e o mundo dos mortos comunicam com o mundo dos vivos através de códigos obscuros, apenas decifráveis para aqueles que não os ignoram e os pressentem. De um modo inato, todos sabemos que a morte constitui o único acontecimento vital da nossa breve passagem pelo planeta. A efabulação de grande parte dos contos de terror desponta para um “vasculhar” pelo maior enigma humano, quiçá, cientifico de sempre – A “morte” – tema comum em quase todas as narrativas deste género.

A narrativa do macabro

A narração de histórias nasce pela mão do homem como forma de dar vida a ideias e objectos do ocultismo, ou corriqueiramente como forma de evitar aborrecimento e tédio. Os primeiros prosadores deste género, surgem nos finais do século XVIII, elaborando relatos sobre castelos assombrados, seres vampíricos sem vida que se alimentavam do sangue das suas vítimas, monstros imaginários e sem sentido, ou cemitérios sombrios onde os mortos se erguiam da terra sem se perceber bem, como ou porquê.


Tendo como base o antagonismo religioso e o seu fundamento escatológico, estes contos seduziam pelo seu eterno misticismo lendário e pela forma imaginativa como eram relatados. Contudo, não dispunham de qualquer autenticidade, e alguns autores usavam os seus monstros como alegorias para problemas sociais e políticos ou travestiam as narrativas encharcando-as com metáforas para sentimentos recalcados, o que, sabemos hoje, não ter qualquer enquadramento neste tipo de género literário porque o transforma num exercício de vulgar exposição, sonegando-lhe o objectivo fundamental: Criar medo.


Escritores de vulto

Deve-se a Edgar Allan Poe o mérito de ter renovado o conto de terror, mistério e morte, introduzindo-lhe o factor cientifico que o deixa mais verosímil e ao mesmo tempo mais aterrador. Ressuscitador do género “negro – gótico”, transforma-o em obra de arte de alto teor lírico, e não apenas para transmitir “medo”.
Poe concentrava-se no terror interior, intimo, da alma, do ser. As suas personagens sofriam de temores avassaladores vindos de dentro, das suas próprias fobias e pesadelos. Não existem contos de Poe narrados na 3ª pessoa. É sempre “ele” que vê que sente, que ouve e vive o mais escondido e profundo terror.
Jacques Cabout escreveu, “Ele (Poe) não coloca um indivíduo normal num universo inquietante, ele larga um indivíduo inquietante num universo normal. Nada acontece à personagem. A personagem é que acontece ao mundo.

Howard Phillps Lovecraft, por sua vez distingue-se de Poe no estilo. Fundador de uma mitologia “cósmico – fantástica” inserida numa realidade paralela, Lovecraft, desenvolve as suas histórias sobre estes temas, criando assim um modelo de incerteza na mente do leitor que desconhece essa mesma “realidade” por ele ficcionada: Seres de outras galáxias, alienígenas que visitaram (e governaram) a terra há milhões de anos atrás, sujeitando os humanos a escravos, erguendo cidades megalíticas, mas amaldiçoadas em diversos pontos do planeta. Seres que foram expulsos e desterrados para universos paralelos ou para as profundezas dos oceanos, como o caso do grande “Cthulhu”, um deus das trevas que desperta ao comunicar com os humanos através de sonhos e do auxilio do “Necronomicon”, ou através dos rituais obscuros nele escritos.
H.P. Lovecraft escrevia num estilo muito próprio que levava os seus leitores a crer que as suas histórias eram de facto reais. Ainda hoje ninguém consegue afirmar se o livro “Necronomicon” realmente existiu, ou se é apenas uma criação dele. Ele não se limitou a criar um livro polémico (que foi escrito com sangue dos mortos). Ele elaborou toda a documentação histórica em redor da origem do livro. Livro que nos trás o conhecimento de seres ancestrais, assim como a história da passagem destes pelo nosso planeta, e respectivas formulas para aceder a dimensões paralelas. A sua simples leitura poderia levar uma pessoa à loucura.
Por sua vez, o terror moderno de Stephen King é bem diferente. Ele importou o “horror” para a vida quotidiana, ou seja as personagens comem “Big Macs”, vão aos shoppings, bebem Cutty Sark, etc. – Algo inédito em autores anteriores.


A psicanálise do oculto



Estes autores deixam-nos numa dicotomia psíquica:
Pura criatividade ou relatos de fantasmas interiores?

Os principais temas deste género literário situam-se entre os mistérios da mente e o enigma da morte. Os terrores por eles descritos, com grande intensidade e impressionante realismo, são terrores que se geram na mente das personagens, mas antes, essa realidade ambiente é visionada interiormente através do autor, e depois deformada por ele.
O medo é uma reacção humana universal, explicada biologicamente como sendo a protecção dada ao indivíduo em caso de perigo. É uma emoção que a pessoa experimenta quando se vê confrontada, frente a uma ameaça à sua vida ou ao seu corpo. Quando se escreve uma narrativa, tendo como suporte um tema obscuro, terá que haver, por parte do autor, um mergulho nas profundezas da alma humana, um perscrutar de certos estados mórbidos da mente, em hesitar em penetrar em esconderijos recônditos do seu próprio subconsciente.
O ser humano tem medo do desconhecido, daquilo que espera por ele fora da sua “realidade”. São os medos mais antigos, aqueles que persistem no imaginário humano. Os medos da idade adulta são os mesmos da infância, observados por outro prisma. As crianças têm medo do escuro porque se sentem sós. E este é também o nosso maior temor na idade adulta: O de acabar só.

É sabido que os maiores vultos da literatura de terror (Poe e Lovecraft) viviam de perto com a morte e loucura, o que os lançava para um sofrimento constante e penoso.

Lovecraft padecia de uma doença rara e faleceu com um cancro nos intestinos. Poe foi recolhido de uma sarjeta, numa rua de Baltimore num completo estado de embriaguês. Internado de seguida no W. College Hospital, passaria os seus dias derradeiros num estado semiconsciente, cheio de febre, chamando continuamente por um tal de “Reynolds”, que até hoje ninguém conseguiu identificar quem fosse. Acabou por falecer, vítima de alguma das enfermidades que se supõe que sofresse: tuberculose, epilepsia, diabetes, alguma lesão cerebral ou a combinação disso tudo. Será despropositado traçar um paralelo entre a produção literária de Poe e Lovecraft, e as circunstâncias que os empurraram para uma morte tão prematura?

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