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30.4.08

AFOGADO AZUL E AFOGADO BRANCO

Com muita satisfação a Câmara dos Tormentos apresenta o conto inédito da escritora gaúcha Mauren Guedes Müller feito com exclusividade para o nosso blog. Boa leitura!




AFOGADO AZUL E AFOGADO BRANCO
Mauren Guedes Müller

Roberto nunca fora um estudante modelo. Atribuía seu pouco interesse pelas aulas da Faculdade de Medicina à forte pressão que o pai exercera para que escolhesse aquela área do saber. Ainda mais seu pai, que, na opinião de Roberto, não era um médico de verdade: ora, médico legista! Aquilo não era uma profissão decente, era uma coisa muito macabra.


Mas o que o jovem parecia ignorar completamente era o fato de que o rumo que sua vida estava tomando era muito mais macabro do que a profissão de seu pai.


Naquela noite, Roberto estava sentindo falta da droga. Parecia que ia explodir, sentia a garganta seca, suas mãos tremiam. Não conseguia se concentrar na aula. Sentiu um enorme alívio quando soou o sinal que anunciava o término do dia letivo e arrastou-se pelos corredores.


Quando estava perto do portão da frente da Universidade, porém, enxergou Nelson. Sentiu seu coração dar um salto. Tentou misturar-se aos alunos que saíam, mas percebeu que Nelson o vira. Deu meia-volta e puxou conversa com um grupo de amigos, tentou ganhar tempo. Mas, daí a alguns minutos, um vigia veio avisá-los de que a Universidade estava fechando e eles tinham que ir embora. Roberto não quis dizer aos outros que estava com medo de encontrar alguém, e, como nenhum morava para o mesmo lado de sua casa, logo se viu sozinho. Caminhou na direção de casa, certo de que Nelson viria atrás dele, o que não demorou a acontecer. Ainda não andara cem metros quando sentiu a mão do traficante pesar sobre seu ombro. Olhou em volta. A cidade era de porte médio, era metade da semana, tudo estava meio morto. Não havia ninguém em volta.

E aí, vai me pagar ou não vai? perguntou Nelson.


Tudo bem, vou sim. Mas eu preciso de mais.


Só depois de você me pagar o que me deve.


Nelson, eu não tenho dinheiro...


Subitamente, o traficante acertou-lhe um soco na boca do estômago. Roberto soltou um gemido. Antes que o jovem pudesse esboçar qualquer reação, o Nelson o golpeou novamente, no rosto, abrindo-lhe um corte profundo na sobrancelha direita. Os socos se sucediam, enquanto Roberto tentava agarrá-lo para fazê-lo parar. O traficante acabou por atirá-lo ao chão, chutando-o. Por fim, encarou-o com ar de superioridade.


Se até amanhã você não me pagar, aí eu venho acompanhado, ameaçou, ainda ofegante. E a surra vai ser bem pior. Olha, garoto, abaixou-se e aproximou o rosto do dele, olhando-o de forma sarcástica, não me agrada nem um pouco a idéia de matar você. Não quero ficar sem receber o que você me deve. Mas, às vezes, os meus companheiros são impacientes demais, e... Acidentes acontecem.

Roberto sentiu-se estremecer de medo. Levantou-se e observou que o traficante acendia um cigarro enquanto se afastava. O jovem sentia todo seu corpo doer. O pânico, acentuado pela crise de abstinência, estava a ponto de enlouquecê-lo. De repente, olhou para o lado. Estava próximo de uma casa em ruínas e havia alguns tijolos soltos, restos de uma parede quebrada. Hesitou por um momento. Agarrou um dos tijolos e correu até o traficante. Nelson o ouviu vir correndo e imaginou que ele viera negociar ou coisa parecida. Parou, largou o cigarro e o esmagou. Porém, antes que conseguisse se voltar para o jovem, Roberto o golpeou com força na cabeça. O traficante caiu de joelhos. Roberto juntou todas as suas forças e o acertou novamente, com tanta força que o tijolo afundou em alguns centímetros o crânio do infeliz, produzindo um som horrível de osso quebrado. Roberto olhou em volta. Arrastou o corpo de Nelson para dentro da casa em ruínas e o revistou. Encontrou um saquinho com cocaína. Olhou para a droga como se houvesse encontrado um tesouro. Preparou a droga e a cheirou, com sofreguidão.


Então, sentindo-se um pouco mais tranqüilo, apalpou novamente o cadáver e encontrou um revólver que o traficante trazia. Meteu-o no bolso da jaqueta e recostou-se junto à parede, esperando que a euforia se espalhasse por seu corpo, que lhe desse novamente o ânimo que de outra forma não conseguia mais alcançar.


De repente, ouviu uma risada surda. Voltou-se, assustado. Em meio à semi-escuridão da ruína, distinguiu o vulto do que lhe pareceu ser alguém sentado no chão, junto a uma parede que estava um pouco mais inteira.

Quem está aí? perguntou.

Ouviu novamente a risada. Era uma risada assustadora. Seus sentidos, excitados pela droga, pareciam dar-lhe uma impressão ainda pior acerca daquela criatura, que arrastou-se lentamente para fora da sombra da parede, até o lugar onde Roberto estava, no qual a luz de um poste penetrava pelo telhado desabado. Era um mendigo. Trazia na mão uma garrafa de cachaça. Tratava-se de um homem de baixa estatura, olhos pequenos e brilhantes, que o encarou com um jeito maroto.


Que belo trabalhinho você fez, garoto disse ele.


Roberto engoliu em seco.


Eu não fiz nada disse. Eu só estava me defendendo.
Ah, sim respondeu o mendigo. Muito bem. E eu gostei de ver você se defender... Deu de novo a gargalhada terrível. Parece que hoje eu estou com sorte, garoto. Hoje eu estou com muita sorte.


Veja, ergueu a garrafa de cachaça, esta é minha última garrafa de pinga, mas agora eu encontrei um rapaz que caiu do céu e vai me dar dinheiro para comprar mais!...


O quê? perguntou Roberto, com arrogância. Você está louco se pensa que pode me chantagear!


Você não viu nada, e, se viu, acha que a polícia vai acreditar em mim ou em você?

Calma, filho respondeu o mendigo. Não tenho a menor intenção de procurar a polícia. Só peço que você me dê uns trocados, e faz de conta que não vi nada. Faz de conta que não vi quando você pegou o tijolo, saiu correndo atrás do cara e o acertou por trás, na nuca, “para se defender”...

Excitado pela cocaína, Roberto sentiu seu sangue ferver e apontou-lhe o revólver.

Você não viu nada! berrou. Agora, suma daqui, senão eu atiro!

O mendigo repetiu a gargalhada e se aproximou mais.

Que é isso, garoto? Só estou pedindo uns trocados! Você não vai querer piorar a sua situação só para se livrar de mim!

A falta de medo do sujeito o irritou a ponto de exasperá-lo, e Roberto apertou o revólver, fazendo sua mão tremer.


Dá o fora daqui, repetiu, senão eu atiro mesmo!


O mendigo aproximou-se mais, sempre rindo, agarrou a arma e tentou abaixá-la. Roberto a forçou para cima e a encostou no peito do homem. Ele não aparentou qualquer sinal de medo, o que deixou o jovem ainda mais possesso.


Vamos, disse o mendigo, você não vai querer se complicar ainda mais por causa de um insignificante como eu. Aproximou o rosto do dele, Roberto sentiu-lhe o hálito horrível, mistura de álcool com restos de comida apodrecida. Só estou pedindo uma esmola, meu jovem...


Os olhinhos pequenos brilhavam à luz do poste, e fizeram Roberto estremecer tanto de raiva que, antes mesmo que ele se desse conta das conseqüências do que fazia, apertou o gatilho.

O mendigo escorregou para o chão. Roberto recuou alguns passos, horrorizado, sem saber o que fazer. Olhou para o buraco da bala, no lado esquerdo do peito do mendigo, e teve certeza de que lhe acertara o coração. Deixou o revólver cair.

Muito devagar, sua mente começou a entender que ele havia matado o segundo homem naquela noite...

Fugiu dali rapidamente, correu para casa. Seu pai já estava dormindo e não o viu chegar. Sentiu-se seguro, por um momento. Mas então se lembrou de que havia muitas impressões digitais suas no corpo de Nelson. Tentou se lembrar se havia agarrado o mendigo. A droga embotava-lhe a razão. Não se lembrou se havia tocado nele. Respirou fundo. Saiu para a rua e olhou em volta. Uma lufada de vento fresco e úmido o atingiu. Então, lembrou-se de que a casa em ruínas ficava perto da represa da cidade.

Pegou clandestinamente o carro do pai e dirigiu até o lugar. Entrou na ruína, amaldiçoando o esquecimento de trazer uma lanterna ou coisa parecida, e tropeçou no cadáver de Nelson. Tateou, no escuro, procurando o corpo do mendigo. Então, sentiu uma onda de pânico. Não podia encontrar o outro cadáver...

Foi quando ouviu uma risada grotesca. Virou-se e enxergou os dois olhinhos assustadores brilhando no escuro.

Veio buscar mais pó ou o quê? perguntou a voz rouca do mendigo.

Roberto teve vontade de sair correndo, mas suas pernas afrouxaram e ele se urinou, ao mesmo tempo em que caía de joelhos.

O mendigo aproximou-se dele. Arfava um pouco e se arrastava com dificuldade. Mas, para Roberto, era um fantasma, um morto-vivo, uma assombração...

Não tem mais pó para você, garoto disse o mendigo. Só que também não tem mais pinga para mim, já tomei toda. Então, parece que vamos morrer de vontade, e abraçados... ergueu a garrafa vazia para golpeá-lo.

Então, desequilibrou-se. Roberto conseguiu desviar do golpe e o mendigo caiu pesadamente a seu lado.

O jovem ficou paralisado de medo por alguns instantes. Finalmente, ao ver que o mendigo não se movia mais, piscou os olhos, sacudiu a cabeça e levantou-se. Talvez tivesse sido apenas uma “viagem”. Não sabia que a droga também dava esse tipo de “barato”. Mas, vindo do Nelson, não podia esperar mesmo que o pó fosse puro, sabe-se lá que raio de substância estaria misturada à cocaína... Com certeza o mendigo estivera ali, caído, desde o momento em que levara o tiro. O resto... Fora sua imaginação. Embora a urina em suas calças lhe parecesse bastante real...

Arrastou o corpo do traficante para o carro e pensou em deixar o mendigo por ali, mas um ímpeto de raiva o fez reconsiderar. Não ia deixar uma prova como aquela para trás só por causa de um medo supersticioso. O cara estava morto, sim, tinha de estar. Voltou e arrastou o corpo para o carro, também. Dirigiu até a represa.

Primeiro, atirou o corpo do traficante. Ele afundou por um momento, depois veio à tona. Roberto pegou um pedaço de madeira e o empurrou para baixo d'água, até sentir a resistência diminuir e o corpo afundar lentamente. Depois, atirou o corpo do mendigo e pegou o pedaço de madeira para afundá-lo.

Para seu espanto, porém, ao contato com a água, o mendigo tornou a abrir os pequenos olhinhos assustadores...

Roberto deu um berro e saiu correndo. Entrou no carro e, enquanto fechava a porta, ainda teve a impressão de ouvir o mendigo gritar algo parecido com “socorro”. Mas girou a chave na ignição e dirigiu para longe dali, o mais rápido que pôde...


No dia seguinte, na metade da manhã, acordou com o telefone tocando. Atendeu. Era seu pai.
Roberto, disse ele, venha até o Instituto Médico Legal. Quero lhe mostrar mais uma coisinha interessante.

Roberto se levantou e se vestiu. Aquilo não era surpresa para ele. Seguidamente seu pai o chamava ao IML para lhe dar alguma aula sobre necropsias. Por mais tétrico que achasse, já chegara à conclusão de que não adiantava discutir: o pai insistia que ele precisava ver, precisava se familiarizar com o corpo humano se quisesse ser um bom médico, e não adiantava lhe dizer que ele não queria ser médico, muito menos bom.

Sua cabeça doía um pouco e, a princípio, ele não se lembrou do ocorrido na véspera. Quando os fatos lhe vieram à mente, pareciam-lhe um sonho, como se nada houvesse sido real. Tomou uma xícara de café e caminhou até o IML, muito a contragosto.


Quando chegou na sala das necropsias, viu dois cadáveres cobertos por lençóis. A um canto, dois policiais, encostados na parede, observavam o legista em seu trabalho.


Aproxime-se, disse o médico.

Roberto obedeceu, fazendo uma careta.
Espero que pelo menos estes não estejam muito podres, resmungou. Acordei mal do estômago, hoje.
Não, Roberto, estes estão fresquinhos, respondeu-lhe o pai. Chegue mais perto e me diga: qual deles você acha que morreu afogado?

Súbito, puxou os dois lençóis e descobriu os cadáveres. Roberto teve um calafrio. Eram Nelson e o mendigo.

O médico legista deu uma risadinha.


Vamos! disse. Arrisque um palpite!

Mas Roberto permanecia imóvel, com os olhos muito arregalados. Um dos policiais franziu a testa, observando atentamente a expressão do rapaz. O médico legista se voltou para os guardas e perguntou:

Vamos, vocês também! O que acham? Ambos foram encontrados na represa, hoje de manhã, por um barco de pesca clandestino. Mas só um deles morreu afogado. O outro já estava morto quando caiu na água. Qual deles vocês acham que foi?

O outro policial, o que não estava observando Roberto, aproximou-se dos cadáveres.

Bem, com certeza o que já estava morto era este aqui, que tem esse buraco de bala, disse.

Ora, meu caro, que conclusão mais precipitada! olhou para Roberto. Filho, preste atenção. Este aqui, o que não tem o buraco de bala, está pálido como todo cadáver, mas não está azulado. Se você o examinar mais de perto, verá que ele tem um leve afundamento no crânio. Lógico que foi esse ferimento que o matou. Já este aqui, o do buraco de bala, apresenta pele anserina, com pêlos eriçados. Também apresenta cianose, ou seja, está arroxeado, com lábios e unhas azuladas. Ele morreu por causa de asfixia mecânica. E pode ter certeza de que esta asfixia foi provocada pela entrada de água nos pulmões. Vamos lá, você sabe isso, eu já lhe ensinei. Como se pode ter tanta certeza?

Roberto estava com os olhos fixos no cadáver, e mal respirava.
Muito simples, completou o doutor. Você está vendo esta grande quantidade de espuma saindo da boca dele? É exatamente o que prova que ele morreu afogado. Sabe, Roberto, quando uma pessoa se afoga, geralmente o excesso de água aspirada e ingerida provoca um desequilíbrio na química do sangue, e o plasma sangüíneo atravessa as paredes dos alvéolos pulmonares, produzindo essa espuma, que sai pela boca. Interessante, não?

O policial mais atento não tirava os olhos de Roberto, enquanto o outro olhava com interesse para o legista, que, entusiasmado com a aula que estava dando, não percebia o desequilíbrio que suas palavras causavam na química cerebral de seu próprio filho.

E tem mais uma coisa que eu quero lhe mostrar, Roberto disse, pegando o bisturi e fazendo uma incisão no corpo. Aproxime-se um pouco mais. Quero lhe mostrar como ficam os pulmões de um afogado.

Roberto permaneceu onde estava enquanto o médico abria o cadáver e lhe afastava os ossos, expondo o interior das cavidades torácica e abdominal. Súbito, uma coisa lhe chamou a atenção e o jovem se aproximou uns dois passos. Então, um susto ainda maior, uma surpresa ainda mais terrível o sacudiu. Seu queixo caiu por um momento, e logo uma onda de raiva o fez estremecer. Pode ver o coração do mendigo. Quase ao centro da cavidade torácica, mas pendendo ligeiramente para a direita.


Por que a surpresa? perguntou-lhe o pai, sorrindo. Você sabe que dextrocardia não é comum, mas acontece.


Roberto se aproximou mais um passo.

No primeiro momento, este cara teve muita sorte, comentou o médico. A bala se alojou entre o pulmão esquerdo e o coração, sem atingir nenhuma veia ou artéria importantes. Se ele não tivesse se afogado, havia boas chances de que estivesse vivo até agora...

Desgraçado! murmurou Roberto.


E arrastou-se até uma cadeira, onde se deixou cair, enquanto o policial mais distraído tentava segurar o vômito ante o cadáver aberto diante de seus olhos. E enquanto o policial mais esperto fazia uma anotação para se lembrar de pedir o exame das impressões digitais do filho do médico legista, que sua intuição lhe dizia que seriam iguais às encontradas numa arma, numa casa em ruínas perto da represa, de onde tinha certeza de que o exame de balística concluiria que saíra a bala que o doutor estava extraindo do cadáver naquele exato instante.

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Nota: esta é uma obra de ficção, que não retrata necessariamente minhas crenças, idéias e opiniões; qualquer semelhança com nomes, pessoas ou fatos reais terá sido mera coincidência.

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